Aphorism : O Grotesco e o Desespero

Melodic Death Black / Brazil
(2018 - Resistancia Underground / Cospe Fogo / Oxenti Records)
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Lyrics


1. VENENO E CURA

Sei de cada momento, desprezo cada revés
A indiferença amplia a percepção
O futuro sonhado apenas replica os erros do passado
O que há de real naquilo que se deseja inutilmente
Do que não se pode ter ou vivenciar
Somos o resultado de inúmeras ilusões coletivas
E o que construímos se tornou inóspito
Que conto resiste a doses maciças de realidade
Que verdade se alimenta de uma noção equivocada das coisas
Trate como natural e tudo se justifica por si só ?
Independente de qualquer indagação ou dúvida ?
Recuso-me a afundar neste sufocante terreno
E se o tempo passa para destruir
Sigo ileso pelo rastro da destruição


2. VELA NEGRA

Surgindo como o esquecimento
A vela negra esvazia da memória a sede sem fim
Um sopro de horror no fim da jornada
Um frio que entorpece o olhar
Essa cova líquida é a mais gentil que senti
Com fúnebres algas sou presenteado
A âncora que não foge da descida espiral
E alimenta a escuridão faminta
Foi anunciado com silêncio
O retorno de um corpo não nascido


3. LUZES DO CAOS

Envolto naquilo que odeia
Pressente que as habituais ilusões
Já não lhe bastam mais
Sente o ardor do fim
Da conclusão das inúmeras fugas
Convergindo em direção à liberdade
Um alento final, um vislumbre de paz
Antecede o inevitável mergulho
No caos ininterrupto que lhe tira da estagnação
E o corpo ascende
Sem ordem, sem ídolos


4. LETARGO

No rosto que a sensibilidade se foi
A tranquilidade expressa a inutilidade dos sentidos
Com quantos significados construiu esse corpo
E de quantos momentos precisou para os perder
Buscar o que respirar enquanto mergulha no lodo
Sem margens para se apoiar
Sem força, sem luta, sem auxílios
Mas desde quando deixou de se importar ?
Porque neste rosto insensível
Ainda estalam os mesmos cuspes e socos
E então apenas submete-se ao que lhe escorre pela face
Desprezo e sangue


5. RUĺNAS

É do subsolo
Que vozes clamam pelo fim
Tomados pelo breu
Violentados pela claridade
Os berros de muitos ecoando
Nos poucos ouvidos afortunados
Que os ignoram enquanto ainda podem
Nutridos pela ilusão de segurança
Provocada pela equivocada concepção
De que suas posições são inatas e inexoráveis
Então abraçam seus torpes princípios e heróis
Superestruturas que seguem lentamente ruindo
Perante os clamores dos que ainda acreditam
Que um dia caminharão sobre suas ruínas


6. ROSTOS DE DECADÊNCIA

Permanecemos paralisados
Olhando um futuro que não se anuncia
Alimentado por um presente inócuo
Somos eu, você e eles
Somos o conjunto, a soma
Uma sociedade que já nasce falida
Alicerces fajutos, estrondosos ruídos denunciam cada passo
Seguindo em frente, caminhando pra trás
Tudo que conquistamos pode ser tirado de nós
Enquanto dormimos, enquanto nos fingimos de mortos
Enquanto apenas escutamos
E tudo se esvai
Escapando por nossas mãos inertes


7. O GROTESCO E O DESESPERO

É no vislumbre de sua derrocada
E no desvanecer dos seus valores
Que fomentamos nossa vivacidade
Notar suas mãos vazias
Seu discurso de ódio se perdendo em sua natureza estúpida
Ideias e ideais apodrecidos
Mortos em sua essência, vazios em sua existência
Vocifera pelo que ainda lhe resta de privilégio
Uma voz desesperada em seu último ganido
Que sinta toda dor que provocou
Enquanto submerge no chorume da História


8. INDÔMITO

O que cresce em mim
E faz eliminar o que me afoga
É sobre desconstruir
Sobre estar vivo e sentir sangrar
Acordar vazio e preencher o nada
Soltar amarras e destruir grilhões
É sobre o que não os convém
Eliminar qualquer programação
Longe do estabelecido, do mesmo lugar
Seguir alimentado
Mãos permanentemente cerradas
Indomado e intragável


9. INFÂMIA

Olhe esse reflexo podre que lhe espelha
E talvez possa prever o que se passa
O rosto cansou, a vontade se perdeu
Sinta o ombro maculado pelo peso das falsas promessas
E nada mudou, e tudo se foi
O que resta quando o que foi almejado
Concretiza-se como mais uma falácia
É sua face que sorri para os anos passados
Insanidades de um tempo em que a inconformação lhe era permitido
Permissão revogada e uma conjuntura pronta para lhe asfixiar
Sirva-se do que se transformou
Deste cheiro insosso que exala
E no peito apenas aquele sentimento queimando
É o retrato de tudo o que sempre odiou


10. O INSULTO

Por mais momentos em que se mostrem
E tragam o real estado das coisas
É quando sinto as consequências da ignorância
A proteção irreal daquilo que não se vê
A dissimulação precisa ser notada
Não tenho interesse em estar rendido
Vitimado pelas inconsistências das suas existências
Suas competições não me atraem
Permeado por pequenas derrotas
O fato é que toda vitória é inútil
Enxergo em meio à neblina
E estou pronto para o revide

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