Vilipêndio : Um Segundo de Glória

Thrash Speed / Brazil
(2007 - Covil Records)
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Тексты песен


1. SHANGRI-LÁ

O bêbado tenta dirigir, o menino tenta atravessar
Enquanto uns sangram por aqui
Outros vivem em shangri-lá

Será que é azar ?
Será que está escrito ?
Será que vale a pena rezar para mudar o destino ?

Em um país desenvolvido talvez a vida fosse tranqüila
Mas a violência para te pegar pode driblar as estatísticas

Será que é azar ?
Será que está escrito,
Se Deus está no ar, será que não está comigo ?

O professor morre de fome,
Corrupção dá aula
No Brasil só vale aprender como ficar fora da jaula


2. A HISTÓRIA DE JOÃO H. (A LENDA)

E atenção... acaba ser preso João Horácio ernesto
Mais conhecido como João H.
Ele é suspeito de ser o serial killer que matou mais de quinze pessoas na baixada fluminense.
A prisão foi efetuada graças a uma denúncia anônima.

Arco íris de sangue, olhos de vidro
Todos dizem que ele é um homem frio
Toda felicidade o enerva, seu coração é uma grande treva
Parque de diversão é chacina, tatua na vítima C de cocaína

Super-herói, ele pensa que é um
Super-herói, combatendo a explosão demográfica

Homicídio é a sua prece, a vítima tem o que merece
Dos jornais, guarda os recortes, nostalgia é lembrar as mortes
Aquele que vê a sua face, não imagina as atrocidades....

Super-herói, ele pensa que é um
Super-herói, combatendo a explosão demográfica

Seus motivos são sociais, o crime enche seu peito de paz
Um cara sem preconceitos, ele mata brancos, pardos e negros
Meio homem, meio lenda, ele sonhou morar em Ipanema


3. GOSTO DE CHEGAR ATRASADO

Meu relógio está parado
Mas ele não está calado
Ele me diz que as horas não passam
E eu gosto de chegar atrasado
Lá fora a buzina faz alarde
O mundo aprisionado nas cidades

Eu fiz uma camiseta
E estampei o seu segredo
Minha democracia é sangrenta
Eu não quero aconchego
Tranco a porta, acordo o cão
Ensolarando a cidade, solidão

Meu canto é um grito
Meu canto é aqui
Meu riso é um rito
É a raiva que ri

A noite anoitece e se cala
Medo é censura e senzala
Caem árvores
Nascem portas
Dia-a-dia caminho na corda bamba
A sirene anuncia morte na caçamba
Brigas, injustiça e desastre
Onde há fumaça, há humanidade


4. POR MOTIVOS BANAIS

As portas estão abertas
Há milhares de ofertas
Se você tem dinheiro na mão
Escolha sexo
Escolha drogas
Escolha religião

Dias sem dormir, devo admitir, tenho que tomar uma pílula
Não sei pronde ir, devo admitir, tenho que comprar uma bússola
Se encontrar e se perder são o mesmo motivo para viver

Qual o motivo de uma vida como a minha ?
Só porque meu pai não usou a camisinha !
Qual o motivo de uma vida feito a sua ?
Só porque seu pai catou uma mulher na rua !

Por que amigo oculto, se não há amizade ?
Pra que esconder, se não é verdade ?

Pra não falar comigo tem gente que atravessa a rua
Pra não me encarar tem gente que finge que observa a lua
Gente que mistura raiva, desprezo e desdém
No meu aniversário estica a mão e dá parabéns

Qual o motivo de eu querer uma criança ?
Dívida e inimigos serão a sua herança !
Qual o motivo de teres uma continuação ?
Sua mãe te concebeu na traseira de um camburão !

Por que amigo oculto, se não há amizade ?
Pra que esconder, se não é verdade ?

Diga o que você vê
Arquiteto do caos, amante do limbo
A destruição me eleva ao infinito..................


5. MULHERES APAIXONADAS NÃO ENTRAM EM AÇOUGUES

Mulheres apaixonadas não entram em açougues
Tripas e vísceras
O amor não fala nada sobre
Nem os contos de fadas

Vingança é a única matemática
Que os ingênuos conseguem entender
Quando tentam viver na prática
Amores de novela de TV

Você pergunta o meu ascendente,eu digo que não sei
você não entende que certas coisas eu não sei
Você diz que a cada instante estou ficando mais distante
Mas eu sou assim
Às vezes gosto de ficar só, às vezes me sinto melhor
Só com o espelho olhando pra mim

Mulheres apaixonadas não entram em cemitérios
Pois o fim é o fim do mistério
São tantas mensagens no ar
Só os mortos não vêem o luar

Quando o homem exorciza a criança
Quando a realidade mutila as lembranças
Quando sangue faz o dinheiro jorrar
Mulheres não deveriam se apaixonar

Você pavilhou seu caminho e quer enfeitar o meu
Você joga fora os espinhos e quer iluminar o breu
Você diz que a cada instante estou ficando mais distante
Mas isto não acontece
Você não entende a diferença que existe desde a nascença
Entre homens e mulheres


6. OS EXCLUÍDOS

Olhares famintos invadem os carros
Pedem dinheiro, querem cigarros
Eliana, de família rica,
Por causa do crack está na pista

Você levaria para sua casa ?
Ou indicaria para a firma do seu genro ?
Eles são a visão que afronta o sossego
Quando você leva as crianças ao parque

Os negros, os índios os excluídos
Caboclos, mestiços os excluídos
Os nordestinos são excluídos
Se não for consumidor ou cliente
Dizem que você não é gente

Zé foi pra cidade, largou o campo
Encontrou a fome e o desencanto
No único roubo que ele fez
Foi morto por homens da lei

Os gays, os bis, os excluídos
Prostitutas e travestis os excluídos
Sem direitos civis são excluídos
Se não é consumidor ou cliente
Dizem que você não é gente

A mão de Hélio não se move
Desde criança ouviu deboche
Venceu na vida como escritor
Não guarda mágoa, é superior

Alcoólatras e viciados são excluídos
Bandidos regenerados são excluídos
Os sem internet são excluídos
Os sem CPF são excluídos
Se você pensa diferente, é excluído
Se você diz o que sente é excluído


7. AS CORES DA ROTINA

Quero quebrar as algemas
Preciso alcançar o penhasco
Mas onde plantei o jardim
A morte ergueu o seu palácio
Qual a palavra mágica que me devolverá à vida ?

Foi quando eu desisti
Daquilo que me movia
Abracei a depressão, sepultei a alegria
A dor é como água onde meu corpo naufraga

Meu quarto, uma bagunça
Tal qual minha cabeça
Os dias passam devagar
A vida passa depressa
Quando olho para trás
Só vejo promessas

O dinheiro é verde, o dia é cinza, são as cores da rotina
Eu sou carrasco, eu sou a vítima, sou pescoço e guilhotina
Eu sou o pulmão, sou a nicotina, sou a veia e a heroína

Mas não vou jogar a toalha
Olho nos olhos dos meus sonhos
Luto enquanto houver raiva


8. FANTOCHES DA MÍDIA

O falso moralismo contamina os espíritos vulneráveis
Que acreditam nas promessas dos ídolos fabricados
Mentes congeladas vagam em hipócritas alienações

O poder serve para oprimir as idéias

O ser humano é um fantoche nas linhas da mídia
Cheio de neuroses e limitado pela mediocridade

O homem moderno se tranca em seu mundo pessoal
Incapaz de situar seus problemas no panorama social
Ele ignora e se escora no senso comum

O grande irmão destrói vidas criando mitos fascistas

O ser humano é um fantoche nas linhas da mídia
Cheio de neuroses e limitado pela mediocridade

Duas coisas aviso que eu não sei fazer
Uma delas, mandar, a outra, obedecer
Mas se a vida for mesmo um grande teste do sofá
Arte então é dizer não a quem quer te comer


9. ANESTESIADO

O corte me sangrou à toa
Não me tornei melhor pessoa
O castigo não me puniu
Parecia até 1º de abril

[Chorus]
Estou anestesiado
Estou anestesiado
Contra querer voltar no tempo
Contra culpa e arrependimento

Um olhar vale mil palavras
Difícil é expressar o nada
Mas silêncio diz o que eu sinto
Nele cabe todo meu grito

[Chorus]

Pode bater, não vou abrir
Pode falar, não vou ouvir


10. A SAGA DE UM HOSPITAL PÚBLICO

Mulheres pedem ajuda, homens querem a cura
Desesperados, eles vêem a vida partir em fuga

É um hospital público em um lugar miserável
Cidadania sangra
O ser humano é descartável
Quem é o responsável ?
Nós pagamos por isto !
Afinal, este hospital é público !

A dor ilumina as faces acizentadas
Cônjuges que não vão rever a pessoa amada
Remédios falsificados, médicos inexperientes
Este hospital é um matadouro de gente

É um hospital público em um lugar miserável
Cidadania sangra
O ser humano é descartável
Quem é o responsável ?
Nós pagamos por isto !
Afinal, este hospital é público

Talvez minha morte sirva para algo
Talvez o hospital seja interditado
Talvez minha família ganhe uns trocados
Talvez meu nome apareça no noticiário

Veja aquele enfermeiro, ele já comprou dois carros
A funerária lhe paga um cachê a cada obituário

É um hospital público em um lugar miserável
Cidadania sangra
O ser humano é descartável
Quem é o responsável ?
Nós pagamos por isto, afinal, este hospital é público !


11. A HISTÓRIA DE JOÃO H. (A VERDADE)

Um homem pobre, velho e doente
Não trabalha porque é doente
Um homem com distúrbios mentais
Não é responsável pelo que faz
Um dia encontrou uma arma que estava escondida
Abriu a janela, fechou os olhos e tirou uma vida

Agora eu sei, ele não tinha idéia do que fez
Agora eu sei, ele não tinha idéia do que fez
Agora eu sei

Uma mulher passava na rua quando foi alvejada
Mês atrás ela deu a luz, amanhã será enterrada
Uma senhora viu na hora que João cometia o delito
A polícia foi avisada e João apanhou até o distrito

Agora eu sei, ele não tinha idéia do que fez
Agora eu sei, ele não tinha idéia do que fez
Agora eu sei

Um delegado quer se promover
Um político quer se eleger
Um bode expiatório era preciso
Ele foi o escolhido

Mais de 30 homicídios
Crimes que não foram resolvidos
Colocaram a culpa no pobre do João
Transformaram em espetáculo a sua prisão

Esta é a história de João H
Esta é a história de joão H

Assumir os crimes que não cometeu foi a melhor coisa que João fez
Sua vida vai virar filme, ele vende entrevistas para as TVs
João virou um superstar e seu irmão seu empresário
Quando a justiça o libertar, ele não vai voltar para o barraco


12. NÃO EXISTEM ACIDENTES

Nas costas do homem havia duas mãos
Isto tem nome chamam de empurrão
Não ter mais com que se preocupar
Acontece com quem cai do décimo andar
Logo ele que era a testemunha principal
Logo ele que ia depor no tribunal

[Chorus]
Ladrões, falsários, assassinos
Na pele de bons meninos
A bancar o otário prefiro que digam que sou descrente
Não existe sorte ou azar, não existem acidentes

Agora quem chora, ajoelha e pede desculpas
Ria no dia que te armou a arapuca
Uma colher de egoísmo, duas de falsidade
Difícil é separar o boato da verdade
Então se queres vencer a qualquer custo
Por favor não reclame de que o mundo é injusto

[Chorus]

São dois tipos de canalha na sociedade
Uns te roubam a carteira, outros, a dignidade

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